COMO CONSCIENTIZAR AS CRIANÇAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE

ABRIR O DIÁLOGO E RESGATAR O BOM HUMOR AJUDA A EVITAR EMBATES. SAIBA COMO

 

Publicado em: 25 Set 2020, 07:09 em https://www.natura.com.br/blog/familia/como-conscientizar-as-criancas-sobre-a-importancia-da-higiene?consultoria=rosaemariabeleza

 

Apandemia do novo coronavírus aumentou o alerta para hábitos básicos de higiene, como lavar as mãos – com maior frequência e da forma correta. Para famílias com crianças, no entanto, esses momentos, assim como a hora do banho, nem sempre acontecem de maneira amistosa, sendo necessário paciência e muitos minutos de convencimento a fim de evitar conflitos.

Nesses casos, pais e cuidadores podem lançar mão de algumas estratégias e, assim, além de cumprir a tarefa, conscientizar a respeito da importância da higiene. De acordo com a psicóloga Denise Mazzuchelli, mestre em psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem, antecipar às crianças o que vai acontecer é uma das formas de abrir espaço para que elas exerçam a autonomia. 

Em eventos como esses, lavar as mãos e tomar banho, a criança tem necessidade de exercer o poder pessoal dela. Cabe ao adulto, que cuida e educa, criar experiências de pequenas escolhas no dia a dia, comunicando a sequência dos acontecimentos, explica.

 

Em vez de dar ordem, abra para o diálogo

 

Segundo a especialista, os embates acontecem justamente porque pais e cuidadores se enxergam no lugar da ordem, sem abrir espaço de escuta para saber como a criança gostaria que aquilo acontecesse. E fazer uma simples pergunta pode mudar o rumo das coisas. 

As regras começam porque entramos nesse modo de dar ordem e acionamos o cérebro primitivo deles, cuja resposta é fugir ou lutar. Quando perguntamos, outras conexões acontecem, e o fugir ou lutar fica para depois porque a criança vai buscar uma resposta. Sai a disputa e a resistência, e entra em cena a sensação de pertencimento ao que está acontecendo.

Na prática, fala Denise, em vez de mandar a criança tomar banho ou lavar as mãos, experimente perguntar como e onde ela gostaria de fazer essa higiene naquele momento. Lembrando que compartilhar a decisão de algo negociável não é ser permissivo. 

Se a situação em questão não pode ser flexibilizada, é papel do adulto suportar a frustração da criança, que tem o direito de manifestá-la. E aí, dependendo da idade, vem em forma de choro, birra, uma má resposta ou explosão, que são reações importantes para a inserção de limites, desenvolvimento da assertividade e o aprendizado de que é direito sentir, mas é preciso comunicar essa raiva de uma forma mais respeitosa.

 

Use o bom humor a seu favor

 

Outra estratégia, esquecida na correria do dia a dia, é usar o bom humor, pois as crianças são mais abertas e têm maior disponibilidade de virar a chave. O que não significa, explica a psicóloga, ter a obrigatoriedade de divertir e entreter os filhos como um animador de festa. Entretanto, fazer escolhas e administrar as demandas, pesando quais conflitos são evitáveis, poupando a própria energia. 

Em alguns momentos, avalie o que vale mais: a rigidez ou uma flexibilização com a qual todos saem ganhando? Falar com voz de robô ou outros personagens conhecidos da criança é algo divertido, que aciona o nosso lado criança e, assim, conseguimos dialogar de uma forma menos racional.

 

Comunique de forma clara e objetiva

 

Por fim, seja qual for a estratégia eleita, lembre-se de que a comunicação com as crianças precisa ser objetiva. “Muitas vezes, falamos sobre o que elas não podem fazer. Que tal trocar para o que pode ser feito a partir de instruções claras?”, propõe Denise.  

E no contexto de pandemia que estamos vivendo, de acordo com a especialista, falar com as crianças sobre germes, vírus etc. se tornou ainda mais essencial – e já está no vocabulário delas. “O importante é filtrar a densidade dos acontecimentos e inserir os novos protocolos de higiene, permitindo pequenas escolhas e sendo firme naquilo que não é negociável”, finaliza. 

*A especialista consultada nesta matéria foi ouvida como fonte jornalística, não se utilizando do espaço para a promoção de qualquer produto ou marca. 

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